Aos amores,

Perdoai meus desacatos
Meus atos, meus fatos baratos
Que comprei numa feira
Sem eira, beira, cachoeira...
Aquilo que vos contei não existia!
Se credes, então, na verdade,
Ainda que seja tarde, sem alarde
Saudade de quando eu só omitia
Num dia, fazia, enxugava a pia
Mas não lavava as mãos!
Tal gesto, protesto! Não presto
Como um certo Pilatos prestou
Quem sou eu, meus amores?
Contei mil nomes, codinomes
Sobrenomes, telefones...
Menti, inventei, aborreci, chorei!
Foi tudo mentira!

Do "eu" ao "amo"
Confesso, e vos peço que me acreditem:
Pode faltar-me a luz do dia,
Mas de verdade, era só a poesia!

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