Abstratismo, areia e uma dose de palavras

A vida exige mudanças. As mudanças exigem dúvida. As dúvidas exigem posse de um medo para se arrepender. O arrependimento só aparece no futuro. E estou no presente. Não conto mais os dias para nada, prefiro que eles retrocedessem, ou simplesmente, parassem. Seria por pouco tempo, juro. Ou que passe logo, de vez! Falar sobre tempo é, deveras, pretensioso. De maneira física, considerando a Equação da velocidade (V = S/t), Posso controlar minha velocidade, posso saber e inferir no meu espaço, mas não posso saber do meu tempo. Grande coisa saber das horas! O céu/sol estão aí para isso. A passagem acelerada do tempo não me deixa raciocinar que o canto dos pássaros acontece ainda antes do sol deixar este lado do planeta. Que não seja mais mal dito o tempo, pois só assim, não me importo com sua intríseca existência.
O melhor da discursão sobre o abstratismo do tempo, é passar o tempo discutindo sobre o abstratismo das coisas. Porque o gosto da certeza não me interessa. Não quero provar teorias nem sentir o sabor do concreto. Me vale da vida o desconexo, a direção dos ventos, a origem dos grãos de areia, o destino dos grãos de areia, o desprendimento. Tudo bem que a beleza das coisas é importante, mas sua certeza é imediata. Não há análise. O melhor da beleza certa é pesquisar nos mares dela o que somente você reconhece como belo. Pois esta pequena parte, que no senso comum é diferente, para você será a coisa mais bela da face da Terra.
Poucos são os que analisam isso a nível de Universo, e escolhem o planeta todo, como a pequena parte para achar linda e sem defeitos. Para estes, a felicidade plena é simples como o voar das borboletas. O mundo é lindo, e você não sabe, pois se considera pouco demais para analisá-lo de forma proporcional ao seu tamanho.

Abstratismo, fim de tarde, ventos de tamanha prudência, e areia. Muita areia.

Consumindo

Consumo meu próprio medo
Assim é mais fácil apreciar
Árvores reluzentes
Planta a fim de brilhar
Céu perdido no escuro
E eu perdido no consumo
Fico em cima do muro
E em cima do muro fumo
Ou procuro me entorpecer
Ou procuro levantá-lo
Para que quando jogar-me
O sangue, faça de mim vassalo

Minha dor é meu próprio senhor
E eu sou escravo dela

terceira parte de nós dois

A areia quer me enxer de olhos
Ou meus olhos querem se enxer de poeira
Agora meu ego se perde
Minha razão não se mede
Passei a outra noite inteira
Pensei se o errado compensa
E se o acerto me dá sono
Se errar é pecado
Acertar é perdão

Sou feito de solidão
Contraditório dizer
Que há quem me complete
Para sozinho viver

Orquestra Urbana-pseudo-filosófica-natural

Seria orquestra da cidade, apenas, ou orquestra da natureza?

Fui perdido pelo sonho de anteontem. Mas as coisas se resolveram com o que vi. E com o que ouvi. Os pássaros cantando em Sibemol me fizeram sentir o último dos homens. Dos homens mesmo, e não dá raça humana, pois sabia que não estava sozinho. Os pardais se escondiam nas árvores, envergonhados por serem tão comuns pelas redondezas, os pássaros negros que não decifrei o nome faziam ataques de trumpete. Não eram simples ataques de trumpete. Eram convites para a festa que ia ocorrer na árvore (vi logo, pois logo outros pássaros começaram a chegar). E este último, já estava na festa, creio eu, com medo de sua bela pássara negra que sobrevoara em um instante para o vigiar.
Os cachorros latiam, como violinos que marcam o tempo. Uma risada ao fundo, talvez, e uma conversa ao fundo na certa. Existia um contrabaixo formado pelo atrito do carro com o ar em movimento. Fácil de entender, a energia se conserva, não pôde se perder, e foi transformada em som. Isso qualquer um sabe... mas saber que o vento que deu o grave na sinfonia só duas pessoas sabiam.
Existiam outros sons de cidade. Mas quem os quer ouvir? De cidade grande, já tinham duas vozes falando demais...

Deixa - Vinícius de Moraes

"Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixe o coração falar também
Porque ele tem razão demais quando se queixa
Então a gente deixa, deixa , deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim prá não dizer talvez
Deixa
A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste"


Aprendi mais uma vez, que quando não se tem o que falar, o melhor é ficar calado.

tenho algo pra te dar

12 anos

(Acho) que tenho algo pra te dar
(Não) é um beijo de filha
(É) algo que te fará suar
(Acho) que é um coração que brilha

Não é a solidão em cima do morro
Não é a discursão sobre o sereno
É acordar apenas de tristeza e gorro
E aplicar funções seno e cosseno

Acho que a bateria tá acabando
Não, coração, eu não sou um robô

rockin' to the beach

Do you wanna my end?
And do you wanna my soul?
And you just wanna my friends
And you just wanna my hole

You take the dream of life
You put the dream of drugs
I know that you are mine
But I don't want give hugs

I won't give hugs

Let me drink my beer
And let me sleep
Now I'm feel fear
You're wolf... I'm sheep

You says don't be sad
don't let me talk and see
you put out radiohead
I'm wolf... You are sheep

Oh, I used to be the alphman
But with this love
My love is not enough

Oh You know my wings were flew
And I can't fly anymore without its

Oh, I'm a sheep with no wings
sheep with no wings!

sobre o que tanto ouço

Queria ser um tipo de pássaro
Que com a gaiola se acostuma
Queria ser mais artista
Te oferecer banho de espuma

Agora só causo problemas
Não sei mais achar solução
Queria dizer-te "não temas"
Como diz uma certa canção

É com tais versos de perdão
Que eu encaro esse seu penar
Não pense que é ilusão

É triste, porém não foi em vão
Mas parece que não sei mais amar
Pois você não me dá atenção

03-10-09

Dia da Independência do meu coração.

Ou era isso, ou era morte. Ele pode gostar agora de quem quiser, e eu saberei lidar com as situações. E caso haja envolvimento em um conflito, espero que este não me chame para resolver nenhum destes tipos. Não sou irmão mais velho de ninguém. Sou apenas território de um coração emancipado, que busca, ainda, manter relações com a antiga metrópole, por forma de amor, que incentiva a inspiração.


sacia

D A Bbº A

Me dá a alforria
Me faz uma graça
Você só quer o chão
Aceita a condição

E me sacia
O tempo passa
Lá dentro do avião
Você só quer o chão

E quer me amar
Sem querer saber
Sem querer voltar
E quer amar
Sem olhar a cidade
Nem sentir saudade
Quer amar
Sentindo a alegria
Que alegra o meu dia

Esqueço da tristeza que outrora batera em minha porta.
Também pudera. Eu sei que ela está lá. Pode não estar a me esperar,
mas espera que eu a encontre em meus sonhos toda noite,
Para que um dia chegue a noite que juntos iremos ficar
Para sempre