Seria orquestra da cidade, apenas, ou orquestra da natureza?
Fui perdido pelo sonho de anteontem. Mas as coisas se resolveram com o que vi. E com o que ouvi. Os pássaros cantando em Sibemol me fizeram sentir o último dos homens. Dos homens mesmo, e não dá raça humana, pois sabia que não estava sozinho. Os pardais se escondiam nas árvores, envergonhados por serem tão comuns pelas redondezas, os pássaros negros que não decifrei o nome faziam ataques de trumpete. Não eram simples ataques de trumpete. Eram convites para a festa que ia ocorrer na árvore (vi logo, pois logo outros pássaros começaram a chegar). E este último, já estava na festa, creio eu, com medo de sua bela pássara negra que sobrevoara em um instante para o vigiar.
Os cachorros latiam, como violinos que marcam o tempo. Uma risada ao fundo, talvez, e uma conversa ao fundo na certa. Existia um contrabaixo formado pelo atrito do carro com o ar em movimento. Fácil de entender, a energia se conserva, não pôde se perder, e foi transformada em som. Isso qualquer um sabe... mas saber que o vento que deu o grave na sinfonia só duas pessoas sabiam.
Existiam outros sons de cidade. Mas quem os quer ouvir? De cidade grande, já tinham duas vozes falando demais...
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