fluidos, chapéis e sol à pino

Se passadas horas, vi teu sorriso debruçado
De uma quimera tardia, sofrida por ser ouvida
E contente por chorar achando que é pecado
O inverno enganar o amor, assim como engana a vida

Teu réquiem tem a audácia de me calar
E tua voz, a vontade de me prender
Eu sei que não virá de ti, um olhar pra clarear
Mas virão de teus pensamentos o dom de escurecer

Como da treva, fiz meu paraíso
Da dor, faço meu remédio
Eu tenho tudo o que preciso
Para me afundar no meu próprio tédio

Os abismos eles quiseram me esconder
Com o equívoco de que eu nunca fosse achar
E teu olho, é minha nova fonte de ler
Seu passeio é como uma aura num luar

Inalo apenas monóxido de carbono
E vejo carboxiemoglobinas a se formarem
Perco o fôlego, perco o sono
E perco a vista tuas faces a me cantarem

Sou escravo de minha querência de liberdade
E a estrela que mais brilha divindo meu céu
É dádiva da beleza da crueldade
Que escondem-me dentro do meu chapéu

Porque querer amar demais é ilusão
E não querer amar é pecado



2 corações:

Joselyne Baldeón disse...

REQUIÉEEEEM <3 hihi

milla ila. disse...

"Porque querer amar demais é ilusão
E não querer amar é pecado"
por que eu nunca pensei assim antes? foi uma das coisas que mais gostei de ler/ver/escutar nos ultimos dias, de verdade.

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